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14 março 2017

O fruto proibido

Eu comi do fruto
Aquele no meio do jardim
Não me transformei, nem me cobri
Mastiguei até os caroços e nem me culpei
Eu comi sozinha, a serpente não me ofereceu
Saciei um desejo que era só meu
Se deus se zangou eu não sei
Não veio me expulsar
Talvez estivesse no couro da serpente
Aquela que não permito me aliciar 

(Joana Maria)

Eu não sei

Eu não sei da dor 
do amor, das feridas
Eu não sei da morte
do suspiro, da vida
Eu não sei do caminho
da companhia, da solidão
Eu não sei da realidade
do sonho, da ilusão
Eu não sei do vazio
da ausência, da saudade
Eu não sei de momentos
de tempo ou eternidade
Eu não sei do medo
dos passos, da estrada
Sei que termino no escuro
sem saber de nada...

(Joana Maria)